Espíritos Obscuros

EspiritosObscuros

Um dos Melhores Filmes de Terror/Suspense do Ano. Espíritos Obscuros traz uma atmosfera carregada e densa capaz de provocar calafrios e apesar de um início bastante morno, vai melhorando conforme sua história se desenrola.
Trazendo a história de uma série de mortes grotescas em uma pequena cidade que podem estar de alguma forma ligadas a um pequeno estudante, Espíritos Obscuros traz uma história que vai prendendo a atenção conforme se desenrola, onde adentra em temas pesados e fortes (a protagonista e o pequeno estudante vêm de famílias quebradas e abusadas), e em teoria, ao apostar em uma atmosfera carregada o filme tem tudo para funcionar, mas sua história acaba levando bem mais tempo que o necessário não só em seu desenrolar, como também para começar a revelar a natureza dos acontecimentos do filme, que de certa forma, vai ficando clara para o espectador (e com isso, o filme acaba levando algum tempo para nos alcançar). Essa demora acaba provocando uma certa falta de imersão na história, e se normalmente, tendo a aprovar produções que apostam em construções lentas, é aqui que o competente diretor Scott Cooper (mais acostumado com dramas) demonstra sua falta de hábito com o gênero (que chega a transitar entre diferentes estilos do horror, indo do body horror – terror corporal – ao terror de criatura, mas de uma forma caótica). E se o roteiro falha ao não explorar o passado da protagonista com mais empenho, utilizando apenas quando há alguma necessidade imediata para a história (talvez para estabelecer melhor a sua vontade de ajudar o garoto), ao menos é um pouco mais eficaz ao colocar a criatura como um símbolo do seu passado e também, uma representação física do que viveu.
Mas esses problemas podem até ser levemente relevados, já que o filme melhora bastante a partir da metade, aumentando ainda mais a tensão de sua história, e inegavelmente, Espíritos Obscuros é um dos filmes de terror/suspense mais violentos a surgirem recentemente, onde nenhum personagem está a salvo (e até mesmo crianças, que normalmente são vítimas que costumam sair incólumes, aqui não são poupadas) e ainda cria sequências de fortíssimo impacto visual e que para isso, ajuda muito o uso de uma excelente maquiagem tanto para a criatura, quanto para retratar o rastro de sangue assustador que ela deixa pelo caminho (que não teme mostrar em detalhes as consequências grotescas das suas vítimas). Adotando também um forte suspense ao evitar mostrar muito da criatura, o diretor se sai bem ao usar a sempre eficaz estratégia de demorar para revelar a criatura em toda a sua totalidade (por outro lado, a mudança na razão de aspecto em uma sequência de flashback é totalmente gratuita). E se o clímax tenta trazer um confronto que, novamente, se estabelece bem como um enfrentamento da protagonista com o passado, acaba pecando por ser simples demais, e muito aquém do que merecia, já que a criatura tem um design assustador e macabro. Ainda assim, seu desfecho traz um elemento emocional inesperado e que nos pega de surpresa.
Felizmente, entre seus tropeços e acertos, Espíritos Obscuros se destaca em função da construção de sua atmosfera pesada e macabra: Adotando um design de produção sóbrio onde ambienta o filme em uma daquelas típicas cidadezinhas pacatas e cheias de mistérios e passados, a fantástica fotografia de Florian Hoffmeister adota uma paleta de cores gélida e melancólica e que quase sempre envolve seus personagens em neblinas e sombras carregadas que mergulham seus personagens na mais pura escuridão, aumentando ainda mais a sensação de medo e tensão que é sentida desde o início do filme.
Contando ainda com ótimas atuações (Keri Russell é excelente e traduz muito bem a sua sequela física e psicológica, e a atriz é tão boa que consegue aprofundar com facilidade os traumas da protagonista, mesmo que o roteiro não dê tanto para ela trabalhar, Jesse Plemons é ótimo como o irmão policial da protagonista e o pequeno Jeremy T. Thomas se mostra expressivo e faz um ótimo trabalho ao evidenciar seu amor pela família, mesmo incapaz de perceber a situação traumática que vive, e sua semelhança com as crianças vistas no belo A Espinha Do Diabo do diretor Guillermo del Toro, que produz este filme, não deixa de ser curiosa), uma trilha sonora climática e sombria, ótimos efeitos especiais e sonoros, enfim, é um ótimo filme. Recomendado. Baseado no Conto de Nick Antosca. No Elenco do Filme está: Keri Russell (Star Wars: A Ascensão Skywalker e Um Estado De Liberdade), Jesse Plemons (Jungle Cruise e Judas e o Messias Negro), Jeremy T. Thomas, Scott Haze (Honra Ao Mérito), Rory Cochrane (Hostis e A Mulher Mais Odiada Dos Estados Unidos), Amy Madigan (Verdade e Honra e Uma Mulher Americana) e Graham Greene (Astronauta: Um Sonho Extraordinário e Terra Selvagem). Produzido por: Guillermo del Toro (produziu Convenção Das Bruxas – 2020 e Histórias Assustadoras Para Contar No Escuro e dirigiu A Forma Da Água e A Colina Escarlate) e David S. Goyer (produziu A Casa Sombria e A Guerra Do Amanhã e dirigiu Alma Perdida e O Invisível). E na Direção está: Scott Cooper (Hostis e Aliança Do Crime).
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível no Star+

Gênero: Terror/Suspense
Duração: 99 Minutos [1h39]

Classificação Indicativa: 16 Anos
Inadequações: Violência Extrema, Medo e Drogas Ilícitas

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