Matrix Resurrections

MatrixResurrections

Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Ação/Ficção Científica do Ano. Matrix foi um filme que surgiu quando o mundo estava prestes a conhecer um novo século, e que não apenas marcou época, como revolucionou a história do Cinema com seus efeitos especiais e seu roteiro brilhante, e pavimentou toda uma influência nos filmes de ação e ficção científica que é sentida até hoje (fora que venceu 4 Oscar 2000), e dizer que o filme é um jovem clássico e que o Cinema é dividido entre antes e depois de Matrix não é nem um pouco infundado. As continuações que vieram em 2003 dividiram público e crítica, mas como já é comum na carreira das irmãs Wachowski, seus filmes são muito à frente do tempo, e hoje considero que as continuações envelheceram maravilhosamente bem. Quase 20 anos depois do lançamento daquelas sequências e após diversas entrevistas em que as criadoras da franquia afirmavam que não pretendiam retornar ao universo de Matrix, eis que Lana Wachowski (dessa vez sem a irmã Lilly) retorna à franquia e entrega Matrix Resurrections, um filme que definitivamente não é o que você está esperando, mas que traz momentos geniais, ao mesmo tempo em que busca respeitar as bases da fantástica trilogia e expandi-la ao máximo, soando familiar e original à sua própria maneira.
Assim como no clássico original, Matrix Resurrections funciona muito melhor sem sabermos nada da sua nova história (e é indispensável assistir aos três filmes para melhor compreendê-lo), mas sem revelar muito do filme, ele faz jus à lógica de um déjà vu: Assistimos ao filme e sentimos muito bem a sensação de termos visto algo parecido antes, mas que não é igual ao que acreditamos (no universo de Matrix, déjà vu é quando ocorre uma falha na Matrix quando mudam alguma coisa), e com isso, o roteiro de Lana Wachowski brilha ao utilizar elementos preestabelecidos da franquia, reexplorando-os de forma original e também expandindo ao máximo a história da franquia, remetendo para mim o excelente O Exterminador Do Futuro: Destino Sombrio. E o seu primeiro ato é uma coisa genial e inacreditável (e que consiga funcionar é um atestado absoluto do talento da diretora), que aposta em elementos metalinguísticos que nos pega de surpresa e que não só funcionam ao comentar sobre a própria trilogia Matrix, como também parece mostrar sua criadora acertando as contas consigo mesma e principalmente, é certeiro ao comentar e criticar sem a menor sutileza – e sem nenhum medo – a indústria cinematográfica atual, e como este filme e os demais se encontram no meio, além do próprio momento que vivemos.
Diminuindo o ritmo em seu segundo ato quando precisa diminuir o ritmo alucinante que estava tendo para chegar à sua história, onde busca expandir o universo de Matrix de maneira lógica e coesa com o que foi apresentado na trilogia, e se o retorno do personagem Morpheus sem ser interpretado por Laurence Fishburne acaba sendo uma desculpa apenas para trazer o personagem de volta (e que poderia ter sido um personagem original), ao menos o filme se sai maravilhosamente bem ao trazer novos e interessantes personagens, além de mergulhar mais uma vez em subtemas e subtextos fascinantes, pedindo novamente para o espectador questionar sua própria realidade (e quando um personagem diz que as pessoas hoje já se acomodaram perante uma nova realidade, o filme é certeiro ao comentar como as pessoas estão dispostas a aceitar qualquer manipulação facilmente). E felizmente, o filme volta a ganhar ritmo, agilidade e emoção incrivelmente genuínos quando seu terceiro ato começa, que ainda traz uma eletrizante sequência de ação de tirar o fôlego que faz jus à franquia.
Trazendo ainda ótimas sequências de ação que trazem boas coreografias, ainda que falte a inventividade da trilogia e de se perderem ocasionalmente no excesso de movimento de câmera e na própria decupagem (algo que não acontecia no original), se destacando em duas: A do ataque no escritório (que traz planos precisos em câmera lenta) e a sequência-clímax envolvendo uma perseguição de bots. No final das contas, entre o comodismo da pílula azul de, por exemplo, um filme da Marvel e a ambição da pílula vermelha que as irmãs Wachowski sempre dão ao público, fico com a pílula vermelha, e se esta aqui traz um ou outro probleminha em seu consumo que podem ser relevados, não há como negar que o seu efeito seja incrível, empolgante e fantástico, ainda que estranhamente familiar, como um déjà vu.
Contando com ótimas atuações (Keanu Reeves retorna fantástico naquele que é um dos seus personagens mais icônicos, Carrie-Anne Moss é maravilhosa e traz emoção genuína em muitos momentos – aliás, a química entre Keanu e Carrie ainda é espetacular -, e se Yahya Abdul-Mateen II e Jonathan Groff ficam presos às sombras das atuações marcantes de Laurence Fishburne e Hugo Weaving, respectivamente, ambos se saem muito bem em tentar dar alguma novidade às suas composições, mas respeitando seus originais – e Yayha traz um surpreendente senso de humor a Morpheus, que aqui surge menos sério e imponente que a figura de Fishburne -, Jessica Henwick rouba o filme com sua interessantíssima personagem e Neil Patrick Harris faz uma ótima atuação), uma excelente direção (e aqui, Lana Wachowski é certeira ao adotar frequentemente uma lógica de déjà vu ao recriar diálogos e momentos da trilogia, chegando às vezes até a repetir o mesmíssimo plano – especialmente do primeiro filme -, causando um estranhamento proposital – algo que a diretora sabe que o público vai reconhecer como familiar -, que se mistura com um maravilhamento de estar redescobrindo aquilo tudo, embora alguns momentos de humor, especialmente no primeiro ato, surjam deslocados), uma ótima trilha sonora (que busca seguir a lógica de déjà vu da direção ao trazer temas que remetem aos da trilogia compostos por Don Davis – aqui substituído por Johnny Klimek e Tom Tykwer -, soando familiares, mas respeitando o que foi feito no passado, além de conseguirem trazer uma identidade própria), uma bela fotografia (que explora bem as diversas realidades da trama, trazendo planos que frequentemente banham os personagens com uma linda luz do sol e que são esteticamente lindos, além de um aspecto levemente artificial que casa com a lógica de realidade virtual da Matrix), um excelente design de produção (que explora ao máximo os novos cenários da Matrix, como a bela Io e a grandiosa colheita, ainda maior que a vista no original), um excelente design de som (que traz efeitos sonoros perfeitos, e que só peca por não reutilizar parte dos clássicos efeitos sonoros da trilogia), fantásticos efeitos especiais, enfim, é uma excelente continuação de uma trilogia memorável. Altamente Recomendado. Continuação de Matrix, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions. Baseado nos Personagens Criados pelas The Wachowskis. No Elenco do Filme está: Keanu Reeves (Bill e Ted 1,2 e 3 e Matrix 1,2 e 3), Carrie-Anne Moss (Nunca Diga Seu Nome e Matrix 1,2 e 3), Yahya Abdul-Mateen II (A Lenda De Candyman e Os 7 De Chicago), Jessica Henwick (Amor e Monstros e Ameaça Profunda), Jonathan Groff (Hamilton e dublou Frozen: Uma Aventura Congelante 1 e 2), Neil Patrick Harris (Natal Em 8 Bits e Garota Exemplar), Priyanka Chopra Jonas (O Tigre Branco e Pequenos Grandes Heróis) e Jada Pinkett Smith (Invasão Ao Serviço Secreto e Matrix 2 e 3). Produzido por: James McTeigue (dirigiu Invasão e Perseguindo Abbott). E na Direção está: Lana Wachowski (O Destino De Júpiter e Matrix 1,2 e 3).
Nota: 10!!!!
Status do Filme: Já nas Locadoras e Disponível no Max e no Amazon Prime Video

PS.: Há uma cena adicional depois dos créditos finais.

Gênero: Ação/Ficção Científica
Duração: 148 Minutos [2h28]

Informações do DVD:
Idiomas e Legendas do Filme em: Português (Brasil) e Inglês
Menu Interativo do Filme em: Inglês
Formato de Tela: Letterbox 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: DD 5.1
EXTRA:
Ressuscitando Matrix

Informações do Blu-ray:
Idiomas do Filme em: Português – Brasil, Inglês, Inglês ADS-US, Espanhol, Francês, Polonês, Húngaro, Hindi, Tâmil e Telugo
Legendas do Filme em: Português – Brasil, Inglês, Espanhol, Francês, Polonês, Húngaro, Grego e Coreano
Menu Interativo do Filme em: Inglês
Formato de Tela: Letterbox 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: Inglês (Dolby Atmos TrueHD e DD 5.1) e Português – Brasil, Inglês ADS-US, Espanhol, Francês, Polonês, Húngaro, Hindi, Tâmil e Telugo (DD 5.1)
EXTRAS:
Ninguém Sabe Dizer o Que é a Matrix
Ressuscitando Matrix
Neo x Trinity: Retorno a Matrix
Aliados e Adversários: Matrix Remixado
Matrix Para Sempre
Eu Ainda Sei Kung Fu
Reações de Matrix

Classificação Indicativa: 14 Anos
Inadequações: Violência, Drogas Lícitas e Linguagem Imprópria

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