O Massacre Da Serra Elétrica: O Retorno De Leatherface

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Lançado Diretamente no Netflix no Brasil e nos EUA. Quando lançado em 1974, O Massacre Da Serra Elétrica chocou o mundo com um filme ótimo e brutal, que ao ser filmado como um documentário aumentava o choque das suas mortes assim como a tensão absoluta (tanto que diversos países, incluindo o Brasil, baniram o filme por anos) e tornando-se um clássico, e se tem uma franquia que jamais cansa de ter novos filmes é essa aqui, que já teve refilmagem, prelúdios, diversas continuações, e agora, a nova moda de continuação que continua a história a partir do clássico. E este O Massacre Da Serra Elétrica: O Retorno De Leatherface é eficiente até certo ponto, trazendo uma boa tensão, embora se perca no excesso ao tomar decisões repulsivas e de imenso mau gosto.
Trazendo uma série de novas vítimas para Leatherface em uma cidade remota, ao mesmo tempo em que Sally (a sobrevivente do clássico de 1974) planeja a sua vingança, este novo filme tem um roteiro caótico que tenta tratar de inúmeros temas (cultura do cancelamento, chacinas escolares, traumas, além de um grupo de idealistas) e ainda funcionar como continuação do original (copiando na cara dura o ótimo Halloween de 2018), o que acaba não sendo meramente um problema, já que roteiro nunca foi o forte da franquia. E o primeiro ato é até surpreendentemente eficaz já que traz boas sequências de suspense que conseguem provocar uma boa tensão no espectador (como aquela que uma personagem apenas observa um momento sangrento por um reflexo e nada pode fazer ou uma fuga debaixo da casa), rendendo ainda um ou outro bom susto, e chega a surpreender que em um filme do tipo, a violência só passa a tomar conta a partir da metade do filme, o que é raro em um slasher. Esses bons momentos são eficazes por virem logo após trazer decisões estranhas do roteiro (o grupo de idealistas, bem, não entendi o propósito deles, mas só posso acreditar que é o mesmo do excelente e subestimado A Vila).
E é então que uma sequência envolvendo uma chacina em um ônibus acontece e que denuncia um mau gosto absurdo por parte da produção, já que ao colocar uma personagem sobrevivente de uma chacina escolar revivendo aquilo (a montagem trata de associar isso através de planos rápidos que retratam e remetem à chacina escolar que a personagem vivenciou), e é praticamente impossível não associarmos essa sequência com os diversos casos de chacinas escolares que acontecem com alguma frequência pelo mundo. E como o filme faz questão de ressaltar o desespero de grande parte das vítimas (mesmo sendo vítimas prontas para o abate), assim como a violentíssima carnificina que acontece, a sequência que poderia ter sido o ponto alto do filme, se torna simplesmente repulsiva por usar de tragédias reais para criar entretenimento e que compromete o filme totalmente, mesmo que depois o filme traga um ótimo duelo entre as sobreviventes finais contra Leatherface, assim como a vingança de Sally, e é uma pena que o roteiro decepciona ao trazer Sally agindo com uma burrice absurda (e o filme não faz nem questão de aproveitar a personagem como merecia, o que é ofensivo) e também com personagens que conseguem sobreviver a ferimentos gravíssimos por muito mais tempo que o normal e com uma mira péssima.
Criando homenagens pontuais ao original (como a cena final ou o estridente som da fotografia do começo daquele filme) onde faz questão também de ressaltar momentos icônicos (como a primeira aparição da serra elétrica), acertando inclusive na trilha sonora que é muito eficaz em criar uma atmosfera aterradora e angustiante e utilizando de sons incômodos para os seus temas, este novo filme pode entreter até certo ponto, e é bem difícil defender a sequência do ônibus, mas conhecendo o histórico da franquia, não duvido que daqui a alguns anos tenhamos mais um massacre.
Trazendo atuações e direção corretas (Sarah Yarkin e Elsie Fisher se saem bem em suas respectivas personagens e Olwen Fouere faz um trabalho competente como Sally, retratando bem uma figura traumatizada e pronta para o combate, mas que pontualmente se entrega a um medo natural da situação, enquanto a direção consegue construir bem alguma tensão e gosto do momento que acompanhamos uma vítima sendo atacada enquanto a porta vai e vem), uma boa fotografia (que busca emular o estilo da fotografia crua de 1974, com um granulado aparente, embora esteticamente atraente), uma maquiagem muito boa (que é muito eficaz ao retratar o impacto da violência), bons efeitos especiais e sonoros, enfim, é um filme OK. Continuação de O Massacre Da Serra Elétrica. Baseado nos Personagens Criados por Kim Henkel e Tobe Hooper. No Elenco do Filme está: Sarah Yarkin, Elsie Fisher (Oitava Série e dublou A Família Addams), Jacob Latimore (Nosso Último Verão e Doce Argumento), Moe Dunford (Handsome Devil), Mark Burnham (Wrong Cops – Os Maus Policiais), Olwen Fouere (Contágio Em Alto Mar e Mandy – Sede De Vingança) e Alice Krige (Maria e João: O Conto Das Bruxas e O Príncipe Do Natal 1,2 e 3). Produzido por: Fede Alvarez (produziu O Homem Nas Trevas 1 e 2 e dirigiu Millennium: A Garota Na Teia De Aranha e O Homem Nas Trevas). E na Direção está: David Blue Garcia (Tejano).
Nota: 7!!!!
Status do Filme: Disponível no Netflix

PS.: Há uma cena adicional após os créditos finais.

Gênero: Terror/Suspense
Duração: 81 Minutos [1h21]

Classificação Indicativa: 18 Anos
Inadequações: Violência Extrema, Drogas Lícitas e Linguagem Imprópria

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