Dois Minutos Além Do Infinito

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Lançado nos Cinemas no Japão. Lançado Diretamente no HBO Max no Brasil. Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Comédia/Ficção Científica. Pode-se dizer que de certa forma, estamos vivendo o passado, presente e futuro ao mesmo tempo. Nos prendemos ao passado como forma de nostalgia e segurança, mas também buscamos viver o presente. Mas apenas o futuro é nebuloso, conseguindo ser fascinante, encantador, assustador e triste ao mesmo tempo, já que não sabemos o dia de amanhã e somos incapazes de prever o que pode acontecer daqui a dias, meses ou anos, afinal, o ano de 2019 retratado em Blade Runner – O Caçador De Andróides jamais aconteceu e nem mesmo os carros voadores vistos em diversos filmes de ficção científica deram as caras (e nem vamos falar do Bug do Milênio ou a profecia de 2012), e ainda assim, nos vemos encantados e também ansiosos em tentar prever o que pode acontecer. Como fã de ficção científica, filmes envolvendo viagem no tempo são sempre um prazer fascinante, ainda mais quando a narrativa faz questão de explorar as possibilidades da narrativa. E Dois Minutos Além Do Infinito é certamente uma das obras mais criativas e estimulantes envolvendo viagem no tempo, que explora ao máximo suas ideias da maneira mais improvável, e ainda se revela um feito técnico admirável e virtuoso.
Narrando a história de um jovem dono de uma cafeteria que descobre ser capaz de viajar dois minutos no futuro a partir do monitor de sua TV, Dois Minutos Além Do Infinito traz uma premissa naturalmente instigante, afinal, as viagens no tempo cinematográficas geralmente colocam um futuro mais distante e que aqui nos instiga em como vão conseguir desenvolver um conceito de viagem no tempo em um loop de apenas 2 minutos. E se inicialmente o filme parece confuso quando ainda estamos tentando compreender a lógica temporal, rapidamente compreendemos conforme o conceito se torna mais compreensível. Melhor que isso é ver que o roteiro de Makoto Ueda não apenas se importa em desenvolver seu conceito, como vai a todo tempo levando a história até o limite da criatividade, sempre nos surpreendendo quando já pensamos que o filme já tinha esgotado todo o seu potencial.
Potencial esse que é elevado ainda mais pela direção de Junta Yamaguchi (que também fotografou e montou o filme, que é sua estreia na direção), que rodou o filme em um longo plano-sequência (onde a câmera transita por diversos cenários, embora, claro, com diversos truques para disfarçar os cortes, alguns bem óbvios), algo visto recentemente no excelente 1917, e que embora o filme de Sam Mendes mereça todos os aplausos pelo seu feito técnico impressionante de ser um filme de guerra rodado em plano-sequência, sua técnica vez ou outra parecia chamar a atenção para si e para o espetáculo técnico que o filme é. Por outro lado, Dois Minutos Além Do Infinito evita ao máximo chamar a atenção para si, já que a história é tão intrincada e estimulante e nos sentimos tão envolvidos com a história que a sensação imediatista e de euforia dos personagens com as diversas descobertas ultrapassa a tela, justificando a decisão de rodar o filme dessa maneira.
Encerrando com um plano final que, confesso, me emocionou mais do que esperava, onde encerra a trama da forma simples como começou, mas bela na forma como os personagens se aproximaram e compreenderam o que pensavam sobre o futuro, assim permitindo agora que a vida acontecesse, sem se tornarem escravos dentro daquela hora incrivelmente divertida que passaram brincando com loops temporais e sem se preocupar com o que pode acontecer, apenas que o futuro os surpreenda.
E ainda que seja uma produção bem simples (o filme é basicamente rodado em uma única locação), a simplicidade da obra conquista, os personagens cativam e divertem com sua energia (até mesmo a apatia do protagonista se torna compreensível), o roteiro é criativo, genial e muito bem amarrado e de brinde ainda é tecnicamente admirável, e que com incríveis 70 minutos, Dois Minutos Além Do Infinito é um caso raríssimo de filme que além de explorar todas as suas ideias, é enxuto, objetivo e sem excessos em ultrapassar mais de duas horas. Mas neste caso, se o filme conseguisse atingir essa duração e tivesse ainda mais ideias criativas para explorar em sua história, eu nem reclamaria, filmes criativos assim andam extremamente raros no Cinema. No Elenco do Filme está: Kazunari Tosa, Riko Fujitani, Gota Ishida, Masashi Suwa, Yoshifumi Sakai, Haruki Nakagawa, Munenori Nagano, Chikara Honda, Takashi Sumita e Aki Asakura (dublou O Conto Da Princesa Kaguya). E na Direção está o Estreante: Junta Yamaguchi.
Nota: 10!!!!
Status do Filme: Disponível no Max

PS.: Há diversas cenas dos bastidores durante os créditos finais.

Gênero: Comédia/Ficção Científica
Duração: 70 Minutos [1h10]

Classificação Indicativa: 10 Anos
Inadequação: Violência

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