Lightyear

Lightyear

A franquia Toy Story tem uma grande importância na história das animações, e embora eu não me considere um grande fã da franquia, ao menos rendeu filmes ótimos ou excelentes. Desta vez explorando um dos personagens mais queridos da animação, Lightyear é uma animação visualmente espetacular e envolve e funciona bem, ainda que não tenha nada de memorável e esteja longe dos melhores trabalhos da Pixar.
Narrando a história de Buzz Lightyear em uma aventura espacial (no que seria o filme que fascinou o Andy da trilogia original e que o levou a ganhar o brinquedo), Lightyear se mostra uma aventura divertidinha que parece homenagear sutilmente o cinema de ficção científica (a sequência inicial é uma nítida homenagem ao clássico Alien – O 8º Passageiro) ao mesmo tempo em que se mostra inspirado por ele, e se o início do filme me pareceu um pouco problemático para comprar a história (fiquei me questionando porque toda aquela equipe não entrou em contato com o Comando Estelar ao invés de permanecer no planeta), ao menos o filme vai ganhando ritmo conforme se desenrola, e nos envolvendo em sua história, mesmo que não apresente nada de muito memorável, nem cause grande impacto (pode-se dizer que a história parece burocrática e convencional demais), e aquilo que poderia causar maior impacto na história (o fato de Buzz mal perceber a passagem do tempo nas demais pessoas da sua vida, enquanto ele jamais envelhece) acaba nem sendo explorado. No final das contas não pude deixar de pensar que Lightyear era uma obra que responde questões que ninguém perguntou, não acrescenta em nada dentro da mitologia e do universo de Toy Story e não parece ter muita razão de existir além de explorar a marca e ter mais um título no Disney+ depois do lançamento nos cinemas (e é no mínimo estranho que a voz de Buzz Lightyear não seja a mesma voz que a do brinquedo, no caso, a de Tim Allen como na quadrilogia, onde aqui é Chris Evans que assume), ainda assim, o filme tem momentos belíssimos (a sequência em que Buzz realiza várias missões e a cada retorno abre uma porta para ver sua amiga, apenas para vê-la envelhecendo ao longo do tempo é tocante em seu significado da passagem do tempo e da inevitabilidade da vida) e consegue empolgar nas eficazes sequências de ação, e os personagens têm seu carisma (especialmente o gatinho Sox, que rouba o filme para si).
Mas problemas à parte, é inegável que do ponto de vista técnico, Lightyear é irrepreensível: Mesmo sendo da Pixar – que como já sabemos, sempre apresenta uma altíssima qualidade técnica a cada novo filme -, a qualidade da animação vista aqui é impressionante e de cair o queixo, mais até que os filmes recentes do estúdio, pode-se dizer que é o ápice técnico que as animações podem alcançar (ou state of the art). Detalhado a ponto de ser fotorrealista, a animação constrói cenários e objetos de cena extremamente detalhados, os personagens se movem com imensa naturalidade e apresentam detalhes que os tornam próximos de figuras humanas, tudo a ponto de nos levar a pensar momentaneamente não se tratar de uma animação computadorizada, e não deixa de ser notável que a Pixar atinja o ápice da qualidade da animação quase trinta anos depois do lançamento de Toy Story.
Contando ainda com uma ótima dublagem (Chris Evans mantém a consistência vista anteriormente no personagem, emprestando bravura e determinação ao personagem, Keke Palmer confere energia à sua personagem, e se Taika Waititi volta a fazer o mesmíssimo tipo de personagem, ora irritante, ora divertido, James Brolin empresta imponência a Zurg), uma direção correta, uma fotografia espetacular (que explora ao máximo a beleza dos cenários virtuais), uma ótima trilha sonora, um design de som muito bom, enfim, é um bom filme, embora longe da qualidade de sua origem e também do próprio estúdio. Recomendado. Spin-off de Toy Story. No Elenco de Dublagem da Versão Legendada está: Chris Evans (Ghosted: Sem Resposta e Agente Oculto), Keke Palmer (Não! Não Olhe! e As Golpistas), Peter Sohn (dublou Ratatouille), Taika Waititi (Free Guy – Assumindo o Controle e dublou Thor 3 e 4), Dale Soules (seriado Orange Is The New Black), Uzo Aduba (Vidas Entrelaçadas e seriado Orange Is The New Black) e James Brolin (Irmãs e Os 33). Produzido por: Pete Docter (produziu Red – Crescer é Uma Fera e Luca e dirigiu Soul e Divertida Mente) e Andrew Stanton (produziu Toy Story 4 e O Bom Dinossauro e dirigiu John Carter: Entre Dois Mundos e Procurando Nemo 1 e 2). E na Direção está: Angus MacLane (Procurando Dory).
Nota: 8,5!!!!
Status do Filme: Disponível no Disney+

PS.: Há cenas adicionais durante e após os créditos finais.

Gênero: Animação/Aventura
Duração: 105 Minutos [1h45]

Classificação Indicativa: Livre
Inadequação: Violência Fantasiosa

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