Indiana Jones e a Relíquia Do Destino

Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Ação/Aventura do Ano. Quando o cinema blockbuster vivia o auge da criatividade, o personagem Indiana Jones marcou toda uma geração nos anos 80, e o primeiro filme ainda é uma influência para o cinema de aventura, e mais que isso, a trilogia permanece excepcional, empolgante e incrivelmente divertida. E mesmo em 2008, quando a franquia retornou aos cinemas com um filme que acabou dividindo o público (eu adoro o quarto filme), é inegável seu valor como entretenimento. E 15 anos depois daquele filme, retornamos com Indiana Jones e a Relíquia Do Destino, que se revela tão empolgante e divertido como os anteriores e uma obra digna da franquia.
Trazendo o eterno arqueólogo e professor retornando para uma nova aventura com a sua afilhada e lutando novamente contra os nazistas, Indiana Jones e a Relíquia Do Destino busca criar uma narrativa sempre movimentada, e isso já pode ser comprovado na excelente sequência inicial, que de tão bem realizada (especialmente em função do impressionante rejuvenescimento digital de Harrison Ford) somos quase levados a pensar que era alguma sequência perdida que Steven Spielberg dirigiu há muito tempo. Trazendo James Mangold substituindo Steven Spielberg na direção (que aqui apenas produz), o diretor busca dirigir à sua própria maneira (embora ocasionalmente tenha problemas nas sequências de ação, como ao montar de forma rápida demais ou no caso de uma sequência aquática, torná-la um pouco incompreensível em um ataque de enguias), sem deixar de prestar homenagens à própria franquia e ao próprio Spielberg, e é incrivelmente eficaz ao trazer as características que marcaram a franquia, desde o divertido bom humor que perdura ao longo do filme, passando pelas ótimas sequências de ação, assim como o clima espirituoso de aventura matinê, que dessa vez, é levemente diluído ao trazer um pouco de melancolia ao personagem e até mesmo uma maior seriedade ao filme (embora aqui falte um pouquinho do estilo de Spielberg). E o roteiro até busca trazer algumas novidades (como a relíquia Anticítera e seu poder único) ao mesmo tempo em que repete elementos familiares da franquia (como ao trazer alguns velhos personagens de volta, o retorno dos nazistas à narrativa, até mesmo um ajudante infantil, emulando o inesquecível Short Round do maravilhoso segundo filme, embora este último não supere sua inspiração), mas acaba se mostrando um pouco inchado (toda a subtrama envolvendo a espiã Mason não só poderia ser facilmente descartada, como é a que emperra o filme de começar) e com algumas barrigas que causam pequenas redundâncias na história, apesar disso, o filme é bem movimentado e com poucos momentos de respiro.
Já nos aspectos técnicos, o filme é irrepreensível: O design de produção é espetacular em sua recriação de época, impressionando também nos belíssimos cenários arqueológicos (embora, aqui ele fica a dever comparado com os anteriores, que não temiam a fantasia); A fotografia é excelente ao emular a beleza marcante do sépia como os anteriores, embora aqui o digital acabe tornando o visual levemente artificial, faltando a textura típica dos anteriores que foram rodados em película (é o primeiro da franquia a ser rodado em digital); O design de som é absolutamente impecável, seja na qualidade dos efeitos sonoros, como na mixagem perfeita; E se os efeitos especiais da franquia, especialmente na trilogia, permanecem primorosos (especialmente em uma época que os efeitos especiais ainda estavam na vanguarda, com preferência aos efeitos práticos), pode-se dizer que aqui a produção se superou ao criar um rejuvenescimento digital impressionante e que prova como a tecnologia evoluiu desde que começou a ser utilizada de forma pioneira em X-Men: O Confronto Final e O Curioso Caso De Benjamin Button e que atingiu seu ápice em O Irlandês e O Exterminador Do Futuro: Destino Sombrio, e o cuidado é impressionante, já que o rosto de Harrison Ford surge frequentemente iluminado, evidenciando todos os detalhes do rosto, o que deve ter representado um imenso desafio à equipe de efeitos especiais. Sim, pontualmente percebemos se tratar de um efeito visual através de um movimento labial mais artificial, nos momentos que o personagem se encontra nas sombras ou nas cenas mais movimentadas, mas no restante do tempo é impecável. E além desse rejuvenescimento digital, os efeitos especiais são excelentes nas sequências de maior escala e com cenários virtuais bastante convincentes (há uma sequência de ação que chega a adotar sutilmente aquele típico fundo falso em cenas envolvendo carros nas produções antigas). Mas o destaque principal é a excepcional trilha sonora do mestre John Williams, que além de ter criado o icônico tema do personagem e composto para os quatro filmes anteriores, nos presenteia com uma trilha sonora inspiradíssima, conferindo aquela atmosfera deliciosa da franquia, e os temas criados aqui são maravilhosos, com todo aquele clima de mistério, aventura e grandiosidade, e torço para que o mestre seja devidamente premiado por essa trilha tão espetacular (ainda mais que o compositor jamais venceu as principais premiações do Cinema pelas trilhas dos quatro filmes anteriores).
Trazendo um desfecho tocante e bonito, o filme ainda conta com atuações muito boas (Harrison Ford confere uma maior melancolia ao eterno arqueólogo e professor, mas também é excelente ao trazer o bom humor e a personalidade marcante do personagem, e é impossível não se encantar com o momento que Jones, claramente chateado em sala de aula com os alunos pouco participativos, se mostrar absolutamente encantado e com brilho nos olhos ao precisar explicar algo, Phoebe Waller-Bridge surge absolutamente divertida e com um charme atrevido e malandro à sua personagem, Antonio Banderas faz uma ótima participação, Shaunette Renée Wilson faz o que pode com uma personagem que fica sobrando na história, Boyd Holbrook chama a atenção como um capanga, Ethann Isidore se sai bem como um ajudante infantil e Mads Mikkelsen é excelente como o vilão do filme, que chega a remeter de certa forma ao Toht do clássico primeiro filme), enfim, é um filme excelente que se revela digno da franquia. Continuação de Indiana Jones e Os Caçadores Da Arca Perdida, Indiana Jones e o Templo Da Perdição, Indiana Jones e a Última Cruzada e Indiana Jones e o Reino Da Caveira De Cristal. Baseado nos Personagens Criados por George Lucas e Philip Kaufman. Indicado ao Oscar 2024 de Melhor Trilha Sonora Original. No Elenco do Filme está: Harrison Ford (O Chamado Da Floresta e Indiana Jones 1,2,3 e 4), Phoebe Waller-Bridge (Han Solo: Uma História Star Wars e seriado Fleabag), Antonio Banderas (O Assassino Perfeito e Uncharted: Fora Do Mapa), John Rhys-Davies (Vale Dos Deuses e Indiana Jones 1 e 3), Toby Jones (Tetris e Império Da Luz), Boyd Holbrook (Vingança – 2022 e Beckett), Ethann Isidore, Shaunette Renée Wilson (seriado The Resident) e Mads Mikkelsen (Animais Fantásticos: Os Segredos De Dumbledore e Mundo Em Caos). Produzido por: George Lucas (produziu Magia Estranha e Indiana Jones 1,2,3 e 4 e dirigiu Loucuras De Verão e Star Wars 4,1,2 e 3) e Steven Spielberg (produziu Transformers 1,2,3,4,5 e 6 e Jurassic Park 3,4,5 e 6 e dirigiu Os Fabelmans e Indiana Jones 1,2,3 e 4). E na Direção está: James Mangold (Ford Vs Ferrari e X-Men – Wolverine 6 e 9).
Nota: 9,5!!!!
Status do Filme: Disponível no Disney+

Gênero: Ação/Aventura
Duração: 154 Minutos [2h34]

Classificação Indicativa: 14 Anos
Inadequação: Violência e Drogas Lícitas

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