Agente Stone

Lançado Diretamente no Netflix no Brasil e nos EUA. Agente Stone até é eficiente e envolvente como filme do gênero, embora basicamente reúna tudo o que já foi feito nos filmes de espionagem.
Trazendo uma agente em uma missão para recuperar uma importante inteligência artificial, Agente Stone surge como uma espécie de cópia de grande parte do que temos visto nos filmes de espionagem nos últimos anos, apostando em uma trama envolvente e com algumas reviravoltas ao longo da narrativa, apesar de que aqui, tudo soa previsível e esquemático, como se estivesse assinalando aquilo que não pode faltar em uma produção do gênero. Até mesmo o filme demora em deixar clara a posição dos personagens dentro da narrativa, o que impede uma aproximação do espectador com o filme e os personagens. Ainda assim, o filme tem lá seu valor como entretenimento e o terceiro ato ao menos consegue criar um bom clima de tensão e urgência (embora seja prejudicado pela fraquíssima motivação do vilão).
Mas não dá pra negar como o filme copia na cara dura diversas obras do gênero, de 007 (com missões em vários países, além da sequência de abertura) e especialmente Missão: Impossível (podemos identificar facilmente que copiaram pelo menos duas sequências de ação deles, no caso, a perseguição de motos do quinto filme, o salto do avião lá do sexto e a trama básica do último), e pior, sem ter uma identidade própria (o que o torna um quase genérico), já que até mesmo os enquadramentos do filme parecem iguais aos vistos na franquia do Tom Cruise, e nem vou comentar da sequência de abertura que pode até ser esteticamente interessante, mas é prejudicada por uma música fraquíssima (coisa que a franquia 007 pelo menos evitou ao longo de grande parte de todos os seus filmes). Aliás, até mesmo a lógica interna da narrativa é falha, já que se a inteligência artificial é capaz de prever as mais diversas possibilidades, é meio inacreditável que essa inteligência artificial (chamada de Coração) não consiga prever as traições e mudanças de lado dos personagens (e com um nome como Coração, o roteiro não resiste em criar diálogos bobos envolvendo o nome da IA, mas que também podem se referir ao coração). Nesse aspecto, diria que a Entidade do último Missão: Impossível ao menos consegue soar bem mais ameaçadora, e mais convincente em seu poder.
Mais longo e complicado que o ideal, o filme ainda conta com boas atuações (Gal Gadot confere carisma e intensidade na medida certa para a personagem, embora a atriz tenha dificuldades nas sequências mais emotivas, Jamie Dornan parece estar reinterpretando seu Christian Grey da trilogia Cinquenta Tons De Cinza, o que é a pior decisão do mundo já que o ator traz todo aquele ar misterioso daquele personagem, que se funcionava – com muita boa vontade – na trilogia, aqui é péssimo e canastrão demais, Matthias Schweighöfer surge carismático e divertido, como de hábito e Alia Bhatt convence em sua atuação), uma direção apenas correta, uma ótima fotografia (as tomadas abertas que retratam as paisagens do filme são de tirar o fôlego), uma trilha sonora eficiente, bons efeitos especiais e sonoros, enfim, é um filme OK.
Nota: 7!!!!
Status do Filme: Disponível no Netflix

Gênero: Ação/Suspense
Duração: 123 Minutos
Classificação Indicativa: 14 Anos (Violência)
Distribuição: Netflix
Direção: Tom Harper
Elenco: Gal Gadot, Jamie Dornan, Sophie Okonedo, Matthias Schweighöfer e Alia Bhatt

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