Lançado nos Cinemas nos EUA. Lançado Diretamente no Amazon Prime Video no Brasil. Clube Da Luta Para Meninas se esforça tanto para se inspirar e subverter as clássicas comédias adolescentes, que se perde em seus extremos e exageros.
Trazendo a história de duas garotas que montam um clube da luta no colégio para tentar ficar com as garotas que gostam, Clube Da Luta Para Meninas a princípio segue as bases das comédias adolescentes (especialmente aquelas como American Pie), mudando apenas o gênero e a sexualidade dos protagonistas (o que é promissor), além disso, o clube da luta das garotas surge como ferramenta de sororidade, empoderamento e de autodefesa, como também para extravasar diversos sentimentos internos. No entanto, ao adotar uma narrativa de extremos e exageros, por vezes flertando com a sátira, o resultado – ao menos para mim -, acaba sendo incrivelmente chato e irritante. Mais ainda, quando tenta utilizar da mesma acidez do jovem clássico Meninas Malvadas, acaba ressaltando a disparidade entre ambos, já que soa superficial e extremamente disperso e inconsequente quando tenta discutir seus temas, onde os personagens mudam de comportamento subitamente. Tudo bem que existam aspectos satíricos que o filme tenta fazer (a melhor delas é a dos jogadores de futebol americanos, aqui retratados como garotos extremamente dramáticos), mas o filme se sedimenta em uma narrativa que mais parece calcada na realidade do que em algo absurdo, e mesmo os absurdos do filme acabam sendo um disparate, e fica difícil comprar este aspecto quando o filme se entrega a elementos violentos e brutais (como o clímax violento ou a sequência que uma personagem apanha na quadra).
Todos estes elementos díspares do filme até poderiam ser relevados, mas ao trazer uma galeria de personagens chatos e irritantes, a tarefa se torna ainda mais difícil (a sequência que as protagonistas conversam com suas paqueras pela primeira vez no filme é tão vergonha alheia que me fez entender porque elas não retribuiriam), e mesmo tendo um ou outro bom momento, até mesmo as piadas acabam sendo pouco divertidas. Ao final do filme, a sensação que eu tive foi de esgotamento, é tudo tão exagerado e extremamente forçado que não chega nem a ser camp, mais ainda, me fez ter saudades das boas comédias adolescentes que eram realmente boas, que por sinal foram resgatadas em um filme neste ano, o excelente Que Horas Eu Te Pego?, que é muito mais divertido e interessante que este aqui.
Trazendo ao menos atuações eficientes do elenco (Rachel Sennott e Ayo Edebiri até formam uma dupla eficiente em tela, apesar da chatice de suas personagens e Nicholas Galitzine está inspirado em sua caricatura de jogador de futebol americano), uma fotografia que traz uma paleta mais inspirada nas comédias dos anos 70/80, uma mixagem de som problemática (fica bem clara a diferença de volume entre os diálogos e as músicas da trilha sonora, faltando maior equilíbrio), enfim, é um filme chatíssimo.
Nota: 3!!!!
Status do Filme: Disponível no Amazon Prime Video
Gênero: Comédia
Duração: 91 Minutos
Classificação Indicativa: 16 Anos (Violência, Conteúdo Sexual e Linguagem Imprópria)
Distribuição: Amazon Prime Video
Direção: Emma Seligman
Elenco: Rachel Sennott, Ayo Edebiri, Havana Rose Liu, Kaia Gerber, Nicholas Galitzine, Ruby Cruz, Dagmara Dominczyk e Marshawn Lynch
Críticas de Filmes 