Toc Toc Toc – Ecos Do Além

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Toc Toc Toc – Ecos Do Além é um suspense eficaz até certo ponto, mas se torna surpreendente e acima da média conforme se desenrola.
Trazendo um garoto que passa a ouvir barulhos misteriosos vindos da parede do seu quarto, Toc Toc Toc – Ecos Do Além busca criar um clima tenso desde o início, e não perde muito tempo em apresentar sua história, sendo bastante objetivo nesse aspecto. E com isso, o filme nos envolve, onde cria uma atmosfera tensa e inquietante que nos leva a torcer para o pequeno protagonista, além da história ficar melhor conforme se desenrola. Mas o melhor de tudo é ver como o filme se desenrola, onde é bastante eficaz em plantar pistas em seu primeiro ato que serão importantes mais tarde. E se inicialmente a reviravolta é praticamente telegrafada ao espectador (com personagens com atitudes estranhas ou dizendo que “As aparências enganam.“, e bem, não precisa pensar muito, basta observar a sobra de espaço da casa), o filme acaba surpreendendo a partir da sua metade ao trazer momentos realmente surpreendentes e que nos pega de surpresa de verdade (o terceiro ato mesmo é praticamente uma constante em nos surpreender), o que acaba aumentando ainda mais a tensão da história.
Sim, o filme erra ao esquecer de sutilezas que poderiam não chamar tanta atenção para uma de suas reviravoltas (e um diálogo importantíssimo dito antes da morte de um personagem trata de destruir uma surpresa no clímax da narrativa), por uma sequência de pesadelo que só serve para inflar o filme (e que se torna óbvia pela forma com que é construída, ainda que seja um dos melhores momentos do filme) e também por uma criatura revelada no clímax ser extremamente inspirada em Mama, mas compensa em muitos pontos, como a criatura surgir acertadamente nas sombras em grande parte do filme (o que aumenta seu impacto quando vemos de fato o seu rosto horripilante, e o diretor Samuel Bodin mostra-se ciente da possível artificialidade da mesma, ao adotar planos rápidos o suficiente para que não percebamos isso) e a construção da tensão em diversos momentos do filme, que permite se demorar em algumas passagens para aumentar o nosso nervosismo (como uma tensa discussão entre os pais presenciada por uma professora ou a abertura de uma porta no clímax do filme).
Se revelando uma boa surpresa, o filme ainda conta com boas atuações (Lizzy Caplan e Antony Starr conseguem evocar sentimentos complexos em seus personagens como o amor e carinho pelo filho que contrasta com atitudes extremas dos dois, e mesmo que Caplan fique perigosamente no limite do over, ela usa isso a seu favor, como se indicando que sua personagem esteja à beira da própria derrocada mental, e se Cleopatra Coleman faz um bom trabalho, o pequeno Woody Norman está muito bem ao transmitir todo o seu medo e insegurança), uma direção competente (que faz um bom trabalho ao longo do filme, mas peca pelo uso insistente de lentos movimentos de câmera giratórios, sem um propósito claro), uma ótima fotografia e design de produção (bastante eficazes na atmosfera sombria da narrativa, que surpreende até mesmo ao adotar um visual mais claro na escola e outro mais sombrio na casa do protagonista, indicando ali a vida triste que possui), uma eficiente trilha sonora, ótimos efeitos especiais e sonoros, enfim, é um filme muito bom.
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível em Plataformas Digitais e no Amazon Prime Video

Gênero: Suspense
Duração: 88 Minutos
Classificação Indicativa: 16 Anos (Violência, Medo e Linguagem Imprópria)
Distribuição: Paris Filmes
Direção: Samuel Bodin
Elenco: Lizzy Caplan, Woody Norman, Cleopatra Coleman e Antony Starr

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