Feriado Sangrento

FeriadoSangrento

Feriado Sangrento é um terror que, entre erros e acertos, diverte e funciona muitíssimo bem.
Trazendo um pequeno grupo sendo perseguido por um serial killer um ano após uma tragédia em um supermercado, Feriado Sangrento tem como inspiração clara as dezenas de slashers que já cansamos de ver (como os clássicos Pânico, Sexta-Feira 13 e Halloween) e neste caso, os que são ambientados em um feriado específico, se diferenciando por se ambientar no feriado americano de Ação de Graças (e que inexiste na nossa cultura). Mas isso é o de menos, pois o que importa nesses filmes, especialmente quando não sabemos quem é o assassino (como é o caso deste), é tentar descobrir o assassino e se divertir com o próprio filme e com o exagero das mortes. E nesse aspecto, o filme funciona incrivelmente bem, já que o filme tem um ritmo bastante envolvente e fluido, e o roteiro utiliza praticamente todos os clichês do gênero (os jovens são arquétipos batidos e geralmente irritantes), mas como reclamar de algo que já é a base dos filmes do gênero? Além disso, é inegável a sequência do jantar no terceiro ato (uma inspiração do clássico O Massacre Da Serra Elétrica de 1974) que Eli Roth merece palmas por conseguir sustentar a insanidade dessa sequência. Por outro lado, a revelação do assassino achei anticlimática, onde cria um furo estranho em retrospecto (como que o assassino chegou naquele carro antes da protagonista chegar lá, já que ela estava bem à frente dele?), mas ao menos essa revelação tem sua elegância por ser revelada sutilmente em duas cenas do filme (uma delas, logo na primeira cena do filme).
Praticamente um mestre em criar sequências sangrentas e de forte impacto visual, em Feriado Sangrento o diretor Eli Roth volta a demonstrar esse seu talento, não temendo criar imagens chocantes, mas que também flertam com o exagero. E um exemplo claro disso é logo a sequência inicial no supermercado onde ele trabalha entre extremos, e só essa sequência estabelece grande parte dos personagens que veremos, onde o elenco aposta em atuações que são eficazes em seguir seus clichês ou que beiram uma caricatura grotesca (como os personagens de Amanda Barker e Mika Amonsen) e que ganham o desprezo imediato do espectador. Tudo bem que aqui, o exagero dessa sequência pode até ser visto como uma crítica ao consumismo desenfreado, mas há certos exageros que é melhor evitar (e o filme se sai até melhor ao retratar o impacto de uma morte em uma live e ganhando várias curtidas). E sendo um filme do diretor de O Albergue (há duas cenas naquele filme lançado em 2006 no Brasil que até hoje eu não esqueci), o filme entrega com gosto diversas sequências sangrentas e chocantes, e as mortes retratadas no filme são por vezes tão exageradas que nos leva ao riso pontual (como o momento que um termômetro avisa que a “carne” está pronta), mas que para não torná-las engraçadas demais, o diretor acerta ao carregar de tensão essas sequências (gosto muito da sequência que uma mulher é preparada para o forno pelo assassino, e depois a vemos tentando escapar dele dentro de uma casa), apenas para se entregar depois às mortes, que acontecem de forma súbita e inesperada, aumentando o choque e o impacto dessas sequências, que nos leva a se retorcer na poltrona com os closes que nos faz perceber as consequências gráficas da violência, e que o diretor sabe que o público vai se retorcer, e que ele faz questão de mostrar a excelente qualidade da maquiagem utilizada no filme.
Eficaz em seus aspectos técnicos e com boas atuações do elenco (mesmo com personagens que não dão muita margem, são simpáticos o suficiente para funcionar), ainda assim, entre erros e acertos, Feriado Sangrento se equilibra como um slasher divertidíssimo e consciente dos próprios clichês do gênero, e não duvido que, ao menos nos EUA, já vai se tornar um clássico para assistir no feriado deles. Já aqui, só nos resta rever e se divertir enquanto não surge as prováveis novas continuações.
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível em Plataformas Digitais e no Max

PS.: Há uma cena adicional após os créditos finais.

Baseado no Trailer Falso Thanksgiving exibido em Grindhouse.

Gênero: Terror/Suspense
Duração: 106 Minutos
Classificação Indicativa: 18 Anos (Violência Extrema, Drogas e Linguagem Imprópria)
Distribuição: Sony Pictures
Direção: Eli Roth
Elenco: Patrick Dempsey, Addison Rae, Milo Manheim, Jalen Thomas Brooks, Nell Verlaque, Rick Hoffman e Gina Gershon

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