O Tigre Branco

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Lançado Diretamente no Netflix no Brasil e nos EUA. Um dos Melhores Filmes de Drama do Ano. O Tigre Branco é um filme magnético e envolvente, e ainda tem uma excelente atuação central do Adarsh Gourav.
Narrando a história de um motorista indiano tentando alcançar o sucesso, O Tigre Branco tem uma história que consegue prender a atenção desde o início, e um dos fatores para o seu sucesso é sua imprevisibilidade, pois não conseguimos adivinhar o que pode acontecer, remetendo de certa forma ao excepcional Parasita nos temas que aborda e mesmo que não traga a estrutura impecável daquele filme, ainda assim, reserva boas surpresas em sua narrativa. Aliás, é em seu desenvolvimento que o filme se sai muito bem: A primeira metade (que engloba o primeiro e grande parte do segundo ato) é desenvolvida de forma relativamente leve, até que sua história passa a mergulhar em aspectos sombrios que nos leva a questionar até que ponto vai a servidão do protagonista ao seu chefe (onde o filme também passa a ficar mais tenso), embora a narração em off do protagonista exija uma boa vontade em nos fazer acreditar que ele narrou o filme todo em um e-mail para um embaixador (que provavelmente não lerá o longo e-mail).
No entanto, o filme não tem concessões e o retrato da Índia e do cotidiano do personagem é visto aqui de forma bem realista e palpável, fugindo completamente da abordagem visual sempre amarelada que grande parte dos filmes adotam para retratar a Índia e outros países, nos levando a compreender o mundo do protagonista, embora nem sempre concordemos com suas atitudes (apesar do meio levá-lo a tomar essas atitudes). E o arco narrativo do protagonista é excelente em como vai de uma figura simpática, mas com uma perigosa ambição, e o roteiro é inteligente em plantar pistas da sua ambição desde o início, e um grande mérito do ator Adarsh Gourav é nos fazer simpatizar com seu personagem – e gostar dele -, nos levando a perdoar alguns de seus atos, para aí mergulhar o protagonista em uma jornada que pouco a pouco vai nos distanciando da figura que simpatizávamos, e ainda assim, o filme também é inteligente ao nos levar a questionar a ambição do protagonista e o desfecho que ele tem (algo que o próprio filme nos leva a questionar nossa posição moral no seu último plano). E por mais que seja o sonho de muitos, chegar ao topo pode ser maravilhoso e sonhamos em chegar nele, mas a que custo? No final das contas, a famosa frase do filósofo Paulo Freire nunca esteve correta, a de que “o sonho do oprimido é se tornar o opressor“.
Contando ainda com ótimas atuações (se Adarsh Gourav se destaca totalmente em sua atuação, o elenco coadjuvante também se sai muito bem ao criar seus personagens), uma boa direção, uma ótima montagem (que confere um ótimo ritmo ao filme), uma eficiente trilha sonora, um ótimo design de som (eficaz ao criar o caos sonoro da Índia), uma fotografia excelente (e que em conjunto com o design de produção, foge do visual cosmética da fome muito popularizado por Quem Quer Ser Um Milionário? e adota uma estética mais realista e que reflete bem o olhar do protagonista para aquele mundo, onde ressalta maravilhosamente bem as diferenças entre as diversas cidades da Índia, indo da miséria absoluta à beleza das metrópoles e do absoluto glamour dos belos apartamentos onde os ricos vivem, mas sem jamais esquecer da realidade dura do país), enfim, é um filme muito bom. Altamente Recomendado. Baseado no Livro de Aravind Adiga. Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Roteiro Adaptado. No Elenco do Filme está: Adarsh Gourav, Rajkummar Rao (HIT: O Primeiro Caso e Badhaai Do: Casamento Por Conveniência) e Priyanka Chopra Jonas (O Amor Mandou Mensagem e Matrix Resurrections). Produzido por: Ava DuVernay (dirigiu Uma Dobra No Tempo e A 13ª Emenda). E na Direção está: Ramin Bahrani (Fahrenheit 451 – 2018 e 99 Casas).
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível no Netflix

Gênero: Drama
Duração: 126 Minutos [2h06]

Classificação Indicativa: 18 Anos
Inadequações: Violência Extrema, Conteúdo Sexual e Drogas

Bela Vingança

BelaVinganca

Bela Vingança traz uma atuação fantástica de Carey Mulligan e é um filmaço com temas fortes e relevantes, até desabar em seu terceiro ato, que contradiz tudo que vinha discutindo tão bem.
Trazendo uma história que funciona melhor quando a descobrimos aos poucos, Bela Vingança traz até o seu terceiro ato, uma história que busca subverter as nossas expectativas em relação à história (e especialmente, sua fascinante protagonista), onde consegue criar um clima de tensão e ambiguidade muito eficazes, e ainda consegue trazer para a trama discussões importantes e realmente relevantes sobre a cultura de estupro/assédio e a violência psicológica por trás das vítimas de crimes assim. A forma como o filme traz essa discussão gerará debates, mas ao menos para mim, funciona dentro da narrativa, e as duas sequências que a protagonista conversa respectivamente com os personagens de Christopher Mintz-Plasse e Connie Britton ilustram com perfeição os temas do filme, e os diálogos nesse momento são inspirados ao expor os inúmeros casos de assédio/estupro em faculdades e como as vítimas tendem a sofrer mais que o acusado ou quando as ditas pessoas boas (no caso aqui, homens) quando flagradas fazendo algo errado reagem como crianças infantilizadas e inocentes e dizem com todas as letras que é um cara legal. E o fato é que nos satisfazemos pelo efeito catártico que essas sequências provocam (tanto dentro do filme quanto ao analisarmos externamente quando levamos em conta os muitos casos noticiados ou não pela mídia), mesmo que reconheçamos que a realidade é muito mais sombria que a mostrada no filme.
E a diretora Emerald Fennell (que também assina o roteiro) é ótima na construção do filme, criando uma narrativa tensa e ambígua em meio a um belo visual colorido e estilizado que pode parecer incompatível para uma história sombria, mas que se mostra perfeito como comentário da superficialidade de uma sociedade que prefere esconder seus podres (e o design de produção se mostra impecável ao conceber os espaços de seus personagens, revelando muito sobre eles e dos seus modos de vida), e até mesmo a unidimensão de praticamente todos os personagens masculinos funciona perfeitamente já que expõe com clareza (e sem a menor sutileza, sendo até realista nesse aspecto) como os homens tendem a agir como escrotos em diversas situações e saírem impunes (embora eu tenha ressalvas com o personagem de Bo Burnham e de como ele se transforma ao final do filme, e mesmo sob a justificativa de que ninguém é santo, seu envolvimento em determinado incidente poderia ser facilmente descartado, sem afetar o que viria a acontecer depois, mesmo que em retrospecto, pequenos detalhes do personagem nos provoque alguma desconfiança).
É aí que chegamos ao terceiro ato do filme e sem revelar muito, mas o que acontece se mostra cinematográfico demais e nem um pouco realista. Sim, sei que nem sempre um filme tem que ser fiel à realidade, mas o caso de Bela Vingança é que acaba contradizendo todo o discurso que o filme estava fazendo e acaba soando anticlimático com todo o desenvolvimento do filme e com a própria protagonista. Podemos até sentir alguma satisfação no que acontece, mas mesmo prendendo os culpados, a protagonista foi morta, e a justiça não será totalmente feita.
Mas problemas à parte, Bela Vingança é sempre elevado pela atuação brilhante de Carey Mulligan (uma das suas melhores atuações, se não, a melhor), onde a atriz explora ao máximo a ambiguidade de sua personagem, que consegue demolir cada personagem com seus argumentos e atitudes de uma forma fria e intensa que quase se transforma em assustador, e pontualmente revelando uma faceta mais leve e doce da sua personagem (o momento que ela reage a um forte vídeo é fantástico).
Trazendo ainda ótimas atuações do seu elenco coadjuvante (Bo Burnham se mostra um personagem interessante e bacana, até ser minado pelo roteiro e Alfred Molina e Molly Shannon se destacam em suas curtas participações nas melhores sequências do filme), uma ótima fotografia, belos figurinos, uma montagem que dá um bom ritmo ao filme, uma trilha sonora climática e eficiente (que ainda traz boas canções pop, e é impossível não comentar o uso perfeito de Toxic com um arranjo bem mais macabro), um ótimo design de som (que se mostra imersivo e bem equilibrado em sua mixagem, se destacando nas sequências das festas que praticamente nos faz sentir dentro do ambiente com o som alto ecoando pelos canais de som e quase tornando os diálogos inaudíveis, algo que só aconteceu na fantástica mixagem de A Rede Social), enfim, é um ótimo filme, apesar do seu final. Recomendado. Vencedor do Oscar 2021 de Melhor Roteiro Original, foi também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção – Emerald Fennell, Melhor Atriz – Carey Mulligan e Melhor Montagem. No Elenco do Filme está: Carey Mulligan (A Escavação e Vida Selvagem), Bo Burnham (Virgem Em Apuros), Alison Brie (Alguém Avisa? e Vigiados), Clancy Brown (O Que Te Faz Mais Forte e dublou seriado/filmes Bob Esponja), Jennifer Coolidge (Sócias Em Guerra e American Pie 1,2,3 e 4), Laverne Cox (Jolt: Fúria Fatal e Pode Guardar Um Segredo?), Molly Shannon (Entre Realidades e Seis Vezes Confusão) e Connie Britton (O Escândalo e Gente De Bem). Produzido por: Margot Robbie (atuou em O Escândalo e Esquadrão Suicida 1 e 2). E na Direção está: Emerald Fennell.
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Já nas Locadoras

Gênero: Drama/Suspense
Duração: 113 Minutos [1h53]

Informações do DVD:
Idiomas e Menus Interativos do Filme em: Português, Inglês e Espanhol
Legendas do Filme em: Português, Inglês SDH e Espanhol
Formato de Tela: WideScreen Anamórfico 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: 5.1 Dolby Digital
EXTRAS:
Comentário em Áudio
Uma Visão Promissora
Transformação Bilateral
Ato de Equilíbrio

Informações do Blu-ray:
Idiomas e Menus Interativos do Filme em: Português, Inglês e Espanhol
Legendas do Filme em: Português, Inglês SDH e Espanhol
Formato de Tela: WideScreen Anamórfico 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: Inglês (7.1 DTS-HD MA), Português (5.1 DTS) e Espanhol (7.1 DTS-HD HR)
EXTRAS:
Comentário em Áudio
Uma Visão Promissora
Transformação Bilateral
Ato de Equilíbrio

Classificação Indicativa: 16 Anos
Inadequações: Violência, Drogas e Linguagem Imprópria

Greyhound – Na Mira Do Inimigo

GreyhoundNaMiraDoInimigo

Lançado Diretamente no Apple TV+ no Brasil e nos EUA. Um dos Melhores Filmes de Ação/Suspense do Ano. Greyhound – Na Mira Do Inimigo é parcialmente prejudicado pelos seus efeitos especiais irregulares, mas é um filme tenso, enxuto e muito bom.
Narrando a história real de um capitão da Marinha liderando um comboio que está sendo perseguido por submarinos nazistas, Greyhound – Na Mira Do Inimigo traz uma narrativa tensa e objetiva que me remeteu os excelentes Dunkirk e 1917, justamente por focar na experiência que perdura ao longo de todo o filme, e que acerta na objetividade da história e do seu protagonista. E se o filme carece de trazer algum respiro na movimentada narrativa (quando pensamos que o filme vai dar uma pausa, algo já acontece para movimentar a história) ou mesmo de tornar os vilões mais caricaturais (facilitando a nossa torcida pelo protagonista e sua tripulação), o roteiro também se mostra bastante preocupado com a autenticidade, investindo em passagens que mostram detalhadamente todo o processo antes de dispararem qualquer coisa do navio, onde pontualmente acaba cansando pelo excesso de detalhes informados. De toda forma, é um filme que jamais afrouxa o ritmo da narrativa e nos deixa tensos do início ao fim.
No entanto, há um elemento que prejudica de certa forma a imersão na história: Seus efeitos especiais se mostram bastante irregulares, e são diversas as vezes que notamos que os personagens estão em cenários digitais (especialmente quando estão do lado de fora do navio), percebe-se que falta um pouquinho de acabamento para se tornarem totalmente convincentes. No entanto, passagens totalmente digitais se mostram bem melhores por não contarem com elementos humanos que nos faça perceber a sua artificialidade, e neste aspecto, a animação da água se mostra impecável e convincente (os flocos de gelo também são um bom detalhe da equipe de efeitos especiais), enquanto elementos digitais como submarinos e navios distantes são muito bem realizados. Pelo menos, o design de som é excepcional e imersivo, que realmente nos mergulha dentro do filme e nos faz sentir parte da tripulação, onde ouvimos desde os detalhes dos ruídos do maquinário em todo o palco sonoro, o intenso som do submarino inimigo aos gritos distantes dos tripulantes, e claro, seus efeitos sonoros para as explosões e tiros são intensos.
Contando ainda com boas atuações (Tom Hanks é excelente, como de hábito, onde busca tornar seu capitão o mais humilde possível – como os frequentes agradecimentos pelo bom trabalho dos seus subordinados -, e também bastante inteligente e rápido no raciocínio enquanto Elisabeth Shue faz pouco mais que uma ponta glorificada, embora funcione como uma âncora para o protagonista), uma direção competente (que constrói bem sua narrativa tensa e urgente, realizando um bom trabalho na condução das sequências de ação), uma boa fotografia (que se destaca pelos planos que retratam a dimensão das batalhas, e ainda traz um plano memorável que sai de dentro do navio do protagonista e vemos todo o campo de batalha marítimo em um plano geral que vai subindo em direção às nuvens e o céu em aurora boreal, com as nuvens retratando as explosões lá embaixo), uma trilha sonora muito boa (que além dos seus ótimos temas cheios de ação e tensão, se destaca nos momentos mais emocionais da história), enfim, é um ótimo filme. Recomendado. Baseado no Livro de C.S. Forester. Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Som. No Elenco do Filme está: Tom Hanks (Finch e Relatos Do Mundo), Stephen Graham (Venom: Tempo De Carnificina e O Irlandês), Rob Morgan (A Fotografia e Luta Por Justiça) e Elisabeth Shue (Desejo De Matar – 2018 e A Guerra Dos Sexos). E na Direção está: Aaron Schneider (Segredos De Um Funeral).
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível no Apple TV+

Gênero: Ação/Suspense
Duração: 92 Minutos [1h32]

Classificação Indicativa: 12 Anos
Inadequação: Violência

Meu Pai

MeuPai

Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Drama do Ano. Uma das coisas mais inevitáveis e naturais na vida é a nossa provável chegada à terceira idade. E ainda assim, envelhecer pode ser um processo naturalmente belo ou mesmo doloroso e triste em sua derrocada rumo aos lapsos de memória, nos tornando meras cascas de um passado há muito distante, algo que este Meu Pai compreende e é um filme belo e triste sobre envelhecer e se perder em meio à própria mente, e se destaca pela sua estrutura interessante e pela fantástica atuação de Anthony Hopkins.
Narrando a história de um senhor que experimenta o envelhecimento próprio e a fragmentação da sua memória, Meu Pai traz uma história desenvolvida com sensibilidade, sem apelar para o melodrama, e que ainda melhor, ao adotar a percepção do protagonista, sentimos na pele todo o processo que ele passa ao longo do filme, desde a confusão com algumas pessoas (que chegam a mudar de rosto) ao esquecimento constante chegando até a trazer cenas ou diálogos que chegam a se repetir ao longo do filme, algo que até mesmo o design de produção sutilmente revela ao mostrar o apartamento se alterando ao longo do filme, mudando desde os móveis de lugar até o desaparecimento súbito de quadros e pinturas que estavam pela casa, como se o apartamento refletisse o estado mental do protagonista.
Se parte do primeiro e segundo atos são interessantes, é mesmo no terceiro ato que Meu Pai se torna uma experiência ainda mais triste e desoladora à medida que percebemos o protagonista perder cada vez mais seus traços que o definiam e a confusão diante da sua incapacidade de entender o que está acontecendo e da fragilidade antes insuspeita, agora totalmente presente.
Trazendo ainda atuações excelentes (Anthony Hopkins é fantástico e aqui, o ator se revela uma figura que apesar de demonstrar alguma energia em momentos pontuais, ou aparentar estar lúcido em outros momentos, se mostra fragilizado e quebrado desde o início, e seu olhar sempre confuso diante do que vê ao longo do filme se mostra convincente e triste em seu desespero, Olivia Colman é fantástica e a atriz é hábil em revelar todo o seu esgotamento diante dos cuidados com o pai e com a própria vida pessoal, se saindo bem também nos momentos que seu rosto se ilumina diante de alguns momentos que têm com o seu pai, Imogen Poots surge adorável e Rufus Sewell é eficiente mais uma vez ao interpretar mais um de seus típicos personagens venenosos, é uma pena que o roteiro o coloca como uma figura desprezível e irritante), uma direção muito boa (que se sai muito bem na sensibilidade da história e também na sua acertada abordagem de nos situar ao protagonista), uma boa fotografia, uma montagem muito boa (que explora bem as possibilidades do roteiro em seus saltos entre diferentes períodos, refletindo o estado mental do protagonista), uma trilha sonora correta, enfim, é um ótimo filme. Altamente Recomendado. Baseado na Peça de Florian Zeller. Vencedor de 2 Oscar 2021 nas categorias de Melhor Ator – Anthony Hopkins e Melhor Roteiro Adaptado, foi também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante – Olivia Colman, Melhor Design de Produção e Melhor Montagem. No Elenco do Filme está: Anthony Hopkins (Dois Papas e Thor 1,2 e 3), Olivia Colman (A Favorita e dublou Ron Bugado), Mark Gatiss (Garoto Nota 10), Imogen Poots (Natal Sangrento e Viveiro), Rufus Sewell (Tempo e Judy – Muito Além Do Arco-Íris) e Olivia Williams ((Des)encontro Perfeito e Mapas Para As Estrelas). E na Direção está: Florian Zeller.
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Já nas Lojas e Disponível em Plataformas Digitais e no Netflix

Gênero: Drama
Duração: 97 Minutos [1h37]

Informações do DVD:
Idiomas do Filme em: Português e Inglês
Legenda e Menu Interativo do Filme em: Português
Formato de Tela: WideScreen Anamórfico 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: 2.0 e 5.1
EXTRAS:
Entrevistas com o Diretor e o Elenco
Trailer de Cinema

Informações do Blu-ray:
Acompanha Cards, Livreto e Pôster
Idiomas do Filme em: Português e Inglês
Legenda e Menu Interativo do Filme em: Português
Formato de Tela: WideScreen Anamórfico 2.39
Seleção de Cenas
Tipo de Áudio: Inglês (DTS-HD MA 5.1 e LPCM 2.0) e Português (Dolby Digital 2.0 e 5.1)
EXTRAS:
Especiais Sobre o Filme
Cinemarden sobre Anthony Hopkins
Trailer de Cinema

Classificação Indicativa: 12 Anos
Inadequações: Violência e Temas Sensíveis

O Homem Que Vendeu Sua Pele

OHomemQueVendeuSuaPele

O Homem Que Vendeu Sua Pele traz uma história interessante e que, apesar de nos dar a impressão de que poderia explorar melhor diversos temas do seu roteiro, é um bom filme.
Trazendo a história de um homem sírio que foge do seu país para escapar da guerra civil e acaba sendo convidado para se tornar uma obra de arte viva, O Homem Que Vendeu Sua Pele traz uma história no mínimo curiosa, e que nos leva a várias reflexões, e sendo ele um homem e também uma obra de arte, onde começa e termina a obra de arte e onde inicia o homem? Até que ponto ele é tratado como um ou outro? Sua tatuagem é um mero recurso da exploração humana ou existe ali uma crítica social por parte do criador da obra? São questionamentos minimamente intrigantes, mas que são diluídos ao longo do filme em função de diversas decisões do roteiro e da direção de Kaouther Ben Hania: Se o humor do filme surge de forma aleatória e de forma bem juvenil (como a sequência da espinha), o roteiro também não ajuda muito ao tentar forçar elementos novelescos que se funcionam ao trazer alguma motivação do protagonista, desaba quando investe em conflitos artificiais, como o pretendente de Abeer que ganha contornos caricaturais que nos leva a não gostar do personagem (e é notável como a direção coloca Sam e Abeer em planos que os separam frequentemente, como aquele dentro do trem ou no quarto de Sam), e é um sinal bastante estranho quando o filme faz um salto no tempo enorme em seu terceiro ato apenas para trazer um momento de certo impacto, mas que não sentimos que houve um desenvolvimento para isso, resultando em um final conveniente e apressado demais.
Menos interessado nos aspectos políticos da história, O Homem Que Vendeu Sua Pele ainda é um filme que prende a atenção, é bem contado, traz um bom ritmo, e conta ainda com ótimas atuações (Yahya Mahayni traz uma atuação perfeita, e seus olhos bastante expressivos são suficientes para sentirmos tudo o que o personagem está pensando, Dea Liane e Koen De Bouw são eficientes e Monica Bellucci se destaca como uma ajudante disciplinada, mas que parece realmente se importar com o protagonista), uma fotografia muito boa (e sendo um filme ambientado no universo das Artes, é mais do que esperado que seus planos sejam plasticamente belíssimos, frequentemente criando composições belas e evocativas), uma trilha sonora eficiente, enfim, é um bom filme. Parcialmente Inspirado em uma História Real. Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional. No Elenco do Filme está: Dea Liane, Koen De Bouw (O Bastardo e O Primeiro Ministro), Yahya Mahayni e Monica Bellucci (Os Melhores Anos De Uma Vida e 007 Contra Spectre). E na Direção está: Kaouther Ben Hania (A Bela e Os Cães).
Nota: 8!!!!
Status do Filme: Disponível em Plataformas Digitais

Gênero: Drama
Duração: 104 Minutos [1h44]

Classificação Indicativa: 14 Anos
Inadequações: Violência, Drogas Lícitas e Linguagem Imprópria

Minari: Em Busca Da Felicidade

MinariEmBuscaDaFelicidade

Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Drama do Ano. Minari: Em Busca Da Felicidade é um drama belo e tocante que se destaca pelo ótimo ritmo e pelo nosso envolvimento com seus personagens.
Narrando a vida de uma família coreana se mudando para os EUA no intuito de melhorar de vida, Minari: Em Busca Da Felicidade se preocupa menos em narrar uma história propriamente dita e mais em mostrar um pedaço da vida daquelas pessoas, logo, o filme se aproxima de Boyhood – Da Infância à Juventude. No entanto, se o belo filme de Richard Linklater narrava o crescimento dos personagens ao longo da vida, neste aqui acompanhamos as dificuldades da família em tentar viver nos anos 80 e a clara necessidade de se estabelecerem naquele período, com o pai sentindo a necessidade de alcançar o sonho americano. E o fato é que a julgar o que vemos aqui, o sonho americano pode até fazer bem, mas também contamina e é capaz de corroer uma família de dentro para fora, mas que apesar de tudo, são os laços familiares que os seguram e fortalecem suas relações.
E ainda assim, com quase duas horas de duração, eu não senti o tempo passar e me vi envolvido com cada um daqueles personagens, torci pelo melhor deles, ri com eles e fiquei chateado também, um acerto notável da direção e do roteiro autobiográfico de Lee Isaac Chung, que é enxuto e direto, evita excessos na história, e não apela para um excesso de sentimentalismo, dando importância para cada um dos seus personagens, e nos aproximando aos poucos de cada um deles (aliás, a montagem do filme é muito boa em função do seu ritmo bastante fluído e nem um pouco cansativo).
Contando ainda com excelentes atuações que buscam ao máximo o naturalismo (Steven Yeun está muito bem, evidenciando um homem que ama sua família, mas cuja teimosia com suas ambições chegam a cegá-lo para o que realmente importa, Yeri Han é ótima e demonstra um carinho inabalável por todos, assim como seus receios e temores de que a situação pode piorar, Noel Kate Cho e especialmente, Alan Kim são absolutamente adoráveis como as crianças da família, Yuh-jung Youn praticamente rouba o filme para si ao criar uma avó divertidíssima, caridosa e cheia de calor humano e Will Patton diverte como um homem excêntrico e que realmente se mostra disposto a ajudar a família), uma bonita fotografia, um design de produção sóbrio e que evita os excessos do período, indicando que a história, apesar de situada nos anos 80, é atemporal, uma bela e tocante trilha sonora (que traz composições que evitam apelar para o melodrama e ressaltam as emoções de forma mais sutil), enfim, é um filme muito bom. Altamente Recomendado. Inspirado em uma História Real. Vencedor do Oscar 2021 de Melhor Atriz Coadjuvante – Yuh-jung Youn, foi também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção – Lee Isaac Chung, Melhor Ator – Steven Yeun, Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora Original. No Elenco do Filme está: Steven Yeun (Em Chamas e Okja), Yeri Han (Illang: A Brigada Lobo e O Espião: Operação Secreta), Alan Kim, Noel Kate Cho, Yuh-jung Youn (A Dama De Baco e Certo Agora, Errado Antes) e Will Patton (Uma Noite De Crime: A Fronteira e Halloween – 2018). Produzido por: Brad Pitt (produziu O Rei e Vice e atou em Ad Astra – Rumo Às Estrelas e Era Uma Vez Em… Hollywood). E na Direção está: Lee Isaac Chung.
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível em Plataformas Digitais e no Amazon Prime Video

Gênero: Drama
Duração: 115 Minutos [1h55]

Classificação Indicativa: 12 Anos
Inadequações: Violência, Temas Sensíveis e Drogas Lícitas

Nomadland

Nomadland

Um dos Melhores Filmes de Drama do Ano. Nomadland é um ótimo filme que traz uma abordagem naturalista e ancorada em uma bela atuação de Frances McDormand.
Narrando a história de uma mulher que vive em uma van e viaja como uma nômade pelos EUA em busca de bicos, Nomadland chama a atenção desde o início pela sua abordagem realista e por vezes, contemplativa, como se a câmera se detesse em observar a vida da protagonista Fern, e também das diversas pessoas que cruzam pelo seu caminho, não se detendo em fechar a câmera no rosto dos muitos atores não-profissionais que param para contar sua história de vida para a protagonista e para o espectador (mesmo que aqui e ali, a diretora Chloé Zhao se mostre apaixonada demais por esses relatos, ela se mostra disciplinada em grande parte do tempo em manter o essencial para a narrativa), e o estilo da diretora remete muito ao que Terrence Malick costuma fazer, mas com um estilo bastante próprio. Neste aspecto, a fotografia também é um elemento essencial para o sucesso do filme: Aparentemente rodada com luz natural, a fotografia carrega uma atmosfera melancólica que dá lugar frequentemente a luzes naturalistas, e onde o diretor de fotografia Joshua James Richards – que também é responsável pelo design de produção – aproveita ao máximo cada uma das belas locações vistas ao longo do filme, expondo a grandeza e a beleza da natureza.
No entanto, Nomadland, como bom road movie que é, é um filme menos preocupado em uma história elaborada e sim em retratar a vida da protagonista: De forma sempre convincente, vemos os diversos problemas que a protagonista enfrenta em suas viagens, assim como ela aprendendo novidades, o mesmo se valendo para os outros que ela encontra ao longo da estrada, que também enfrentam seus próprios problemas e compartilham seus conhecimentos uns com os outros, e é claro, a apreciação da natureza, o imenso calor humano e os laços de amizade verdadeiros que se formam pela viagem, sendo assim, Nomadland não deixa de ser primo de boas obras como Na Natureza Selvagem, Trilhas e Livre.
Podendo ser visto como um comentário das consequências da Crise de 2008 nos EUA, assim como das muitas pessoas que conhecemos ao longo da estrada da vida e que de alguma forma, permanecem conosco (e até com os outros), Nomadland ainda conta com ótimas atuações (Frances McDormand é excelente e praticamente desaparece em sua atuação, retratando não só a imensa curiosidade em conhecer – e ouvir – as diversas pessoas que cruzam seu caminho, como também retrata seus laços de amizade verdadeiros, mas que apesar da absoluta autenticidade em suas ações, a atriz é hábil em retratar sutilmente que aí esconde uma mulher quebrada pela vida e cuja vida como nômade permite que ela não estreite relações duradouras, enquanto o restante do elenco formado por atores não-profissionais – com exceção de David Strathairn, que também se encaixa bem com o elenco não-profissional – transmitem naturalmente suas marcas deixadas pela vida, e que conseguem nos cativar com cada figura diferente que encontramos ao longo do filme), ótimos figurinos (bastante eficazes em retratar naturalmente as preferências dos personagens por roupas mais práticas), uma bela trilha sonora (que trazem composições em piano que encantam com sua beleza e melancolia), um ótimo design de som (que também complementa a abordagem realista do filme em nos mergulhar em cada lugar visitado pela protagonista, desde o som do vento ao iminente som de uma tempestade), enfim, é um ótimo filme. Recomendado. Baseado no Livro de Jessica Bruder. Vencedor de 3 Oscar 2021 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção – Chloé Zhao e Melhor Atriz – Frances McDormand, foi também indicado nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Montagem. No Elenco do Filme está: Frances McDormand (Três Anúncios Para Um Crime e dublou Ilha Dos Cachorros), David Strathairn (Entrevista Com Deus e Godzilla 1 e 2), Linda May e Swankie. E na Direção está: Chloé Zhao (Domando o Destino e Songs My Brother Taught Me).
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível no Star+

Gênero: Drama
Duração: 108 Minutos [1h48]

Classificação Indicativa: 12 Anos
Inadequações: Nudez e Drogas Lícitas

Amor e Monstros

AmoreMonstros

Lançado em Plataformas Digitais nos EUA. Lançado Diretamente no Netflix no Brasil. Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Aventura do Ano. Amor e Monstros é uma ótima surpresa que é muito divertida e bastante acima da média, e impressionante em seu visual.
Narrando a história de um jovem que vai em busca da sua amada em um mundo dominado por monstros, Amor e Monstros traz uma narrativa irreverente e que me lembrou os ótimos Zumbilândia em como traz um protagonista que não parece se encaixar no universo abordado. Embora inicialmente o filme tente soar engraçadinho demais, aos poucos o filme vai nos prendendo à história, conseguindo saltar entre uma aventura empolgante a comédia juvenil, assim como o suspense e a ação em algumas ótimas sequências (um mérito da ótima direção de Michael Matthews), em um ritmo que jamais cansa e que se mantém ao longo do filme. E o arco narrativo do protagonista, apesar de simples, é muito bem construído pelo roteiro e também pelo ótimo protagonismo de Dylan O’Brien, que não só se mostra convincente no imenso pavor que sente das criaturas, como também vai ganhando maior segurança ao longo do filme, se saindo bem nos momentos mais emocionantes (como na tocante sequência com a robô Mav1s).
Mas é em seu design de produção que Amor e Monstros se destaca: Ambientado em um mundo que há muito foi dominado pela natureza e que relegou a humanidade a sobreviver escondida de tudo, e se os bunkers conseguem soar sujos e aconchegantes, assim como revelam as facilidades para as pessoas que lá habitam, o universo do filme nos surpreende constantemente ao conseguir ser simultaneamente belo e assustador, algo que se aplica também às diversas criaturas que surgem ao longo do filme, que nada mais são que versões maiores de animais notavelmente menores. E os efeitos especiais também são excepcionais em trazer vida ao universo do filme e a animação das criaturas é espetacular, surgindo bastante convincentes em tela, revelando detalhes como o limo no imenso caranguejo visto no clímax do filme ou a centopeia gigante e seu barulho peculiar.
Contando ainda com ótimas atuações (se Dylan O’Brien faz o protagonismo com facilidade e com a sua habitual energia, o elenco coadjuvante está ótimo, e Michael Rooker e Ariana Greenblatt roubam o filme para si em suas cenas, e a jovem Ariana Greenblatt tem uma atuação digna de ser comparada com a de Chloë Grace Moretz e sua Hit-Girl em Kick-Ass – Quebrando Tudo), uma bela fotografia (que explora as belas paisagens desoladas com bastante eficiência, ressaltando também as ameaças ali contidas, e a sequência das águas-vivas flutuantes é belíssima), uma eficiente trilha sonora, um excelente design de som (que ressalta o domínio da natureza no universo do filme, e se sai bem nos ótimos efeitos sonoros das criaturas monstruosas), enfim, é um filme muito bom. Altamente Recomendado. Indicado ao Oscar 2021 de Melhores Efeitos Especiais. No Elenco do Filme está: Dylan O’Brien (Maze Runner 1,2 e 3 e dublou Bumblebee), Jessica Henwick (Ameaça Profunda e Newness), Dan Ewing, Ariana Greenblatt (Awake e O Grande Ivan) e Michael Rooker (Velozes e Furiosos 9 e A Ilha Da Fantasia). Produzido por: Shawn Levy (produziu Kin e Mentes Sombrias e dirigiu Sete Dias Sem Fim e Uma Noite No Museu 1,2 e 3). E na Direção está: Michael Matthews (Guerreiros De Marselha).
Nota: 9!!!!
Status do Filme: Disponível no Netflix

Gênero: Aventura
Duração: 109 Minutos [1h49]

Classificação Indicativa: 12 Anos
Inadequações: Violência e Linguagem Imprópria

Estados Unidos Vs. Billie Holiday

EstadosUnidosVs.BillieHoliday

Lançado no Hulu nos EUA. Lançado Diretamente no Amazon Prime Video no Brasil. Estados Unidos Vs. Billie Holiday é uma cinebiografia eficiente e convencional com alguns problemas de ritmo, que é elevada graças à atuação espetacular de Andra Day.
Narrando a história da cantora Billie Holiday e a perseguição do governo em cima dela, Estados Unidos Vs. Billie Holiday é a típica cinebiografia que já estamos acostumados a assistir, chegando ao ponto de cometer os mesmíssimos problemas que a grande maioria possui, com o roteiro buscando pincelar partes da história/carreira da biografada, abordando de forma casual ou superficial (como a bissexualidade da cantora), como se estivesse riscando de uma lista as coisas que devem ser tratadas, mas que não recebem o devido tratamento, e com isso, personagens desaparecem ou ressurgem com frequência (ou mesmo, são abandonados pelo roteiro depois que cumprem sua função) saltando na passagem de tempo com tanta frequência que somos surpreendidos com novas informações que não estávamos sabendo. E a direção de Lee Daniels, perigosamente perto do melodrama (como o que vemos após uma sequência impactante que a protagonista encontra crianças chorando diante de um enforcamento, algo que aconteceu também em seu O Mordomo Da Casa Branca), pesa a mão em criar vilões na história (e o talentoso Garrett Hedlund fica preso a um tipo unidimensional, chegando a ter um bigodinho de vilão canastrão) e também no exercício de estilo como ao brincar com as razões de aspecto de forma gratuita (tudo bem utilizar nas filmagens de época, mas gratuitamente em alguns planos, já é demais), além disso, o filme surge cansativo em alguns momentos, soando mais longo do que aparenta.
Mas quaisquer problemas do filme são quase relevados em função da atuação magnética e fantástica de Andra Day, praticamente uma novata, desaparece em tela, seja ao adota uma voz rouca que contrasta com a bela voz das músicas (que é da própria atriz), e a atriz é impecável e deveras convincente ao retratar não só a determinação e coragem da protagonista, como também suas profundos cicatrizes emocionais, que a levam a se afundar em drogas ou a tomar atitudes que não agrada sua banda, e a atriz não teme mostrar o pior da cantora que interpreta.
Trazendo ainda boas atuações do bom elenco coadjuvante (Trevante Rhodes é convincente em sua relação conflituosa por Billie, ora usando-a para seus objetivos, ora de fato amando-a), uma eficiente fotografia (que faz um bom trabalho em parecer que estamos assistindo a um filme saído da época, com a ajuda de um granulado aparente e efeitos visuais que dão a impressão da imagem estar sendo projetada), impecáveis figurinos e design de produção, uma ótima trilha sonora e mixagem de som, enfim, é um bom filme. Baseado em uma História Real. Baseado no Livro de Johann Hari. Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Atriz – Andra Day. No Elenco do Filme está: Andra Day, Trevante Rhodes (Bird Box e O Predador) e Garrett Hedlund (Operação Fronteira e Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi). E na Direção está: Lee Daniels (O Mordomo Da Casa Branca e Obsessão).
Nota: 8,5!!!!
Status do Filme: Disponível no Amazon Prime Video

PS.: Há um número musical e uma cena adicional durante os créditos finais.

Gênero: Drama
Duração: 130 Minutos [2h10]

Classificação Indicativa: 16 Anos
Inadequações: Violência, Conteúdo Sexual, Drogas e Linguagem Imprópria

Relatos Do Mundo

RelatosDoMundo

Lançado nos Cinemas nos EUA. Lançado Diretamente no Netflix no Brasil. Um dos Melhores Filmes do Ano e Um dos Melhores Filmes de Drama/Faroeste do Ano. Hoje em dia, vivemos bombardeados de notícias, sejam elas boas, ruins ou mesmo supérfluas, e mal conseguimos nos imaginar sem estarmos atualizados com o mundo, imagine então em um período em que não existia a possibilidade de saber o que acontece ao nosso redor. Relatos Do Mundo reflete a nossa necessidade de conexão ao mundo em uma época tão miserável e é um excelente drama/faroeste que prende a atenção, ainda que pontualmente cansativo.
Trazendo a história de um homem que faz viagens para atualizar as cidades das notícias que ocorrem pelo mundo, tendo que levar uma garotinha para seu lar, Relatos Do Mundo remete ao excelente – e infelizmente, pouco visto – Hostis, onde busca usar de um gênero mais acostumado com a ação (o faroeste) como forma de contar uma história muito mais focada no drama, e também na maneira como sutilmente comenta nossos próprios dramas. E aqui chega a ser surpreendente que seja Paul Greengrass o diretor desse filme, já que muito mais acostumado a criar filmes intensos, movimentados e de muita ação (como Capitão Phillips e a franquia Bourne), o diretor consegue se adequar muito bem às necessidades narrativas da história, adotando um ritmo mais calmo e movimentos de câmera mais simples, e claro, nas poucas sequências de ação, vemos como o diretor é mestre em criar sequências tensas e muito bem orquestradas.
No entanto, assim como em seu filme anterior (o excelente 22 De Julho), mesmo bem contado em seu ritmo, ocasionalmente o filme provoca algum cansaço, já que o roteiro investe em muitas sequências apenas com os protagonistas viajando na estrada, o que acaba se tornando repetitivo. Estes pequenos cansaços na história acabam sendo compensados pela excelente interação entre Kidd e Johanna (que se tornam o centro emocional da obra), com outros momentos excelentes, como aquele que Kidd conta a história dos mineiros para uma pequena cidade, onde o diretor retrata a empolgação e encanto dos moradores em ouvir a história, e que justamente reflete o nosso envolvimento com as diversas notícias que ouvimos por aí, e o paralelo com os diversos filmes que assistimos no cinema e a catarse coletiva que provoca.
Ainda assim, Relatos Do Mundo é um filme excelente e muito bom e que traz atuações muito boas (Tom Hanks é ótimo como de hábito, onde denota um cansaço de um mundo tão cruel, e sua típica persona traz credibilidade ao personagem e suas histórias, Helena Zengel é excelente e é a revelação do filme, retratando bem a sua aproximação com Tom Hanks e também seus novos conhecimentos diante de um novo mundo, e o elenco coadjuvante busca aproveitar bem suas curtas cenas), uma fotografia espetacular (que como marca registrada do gênero, explora ao máximo a beleza das locações, ressaltando o calor e a miséria da época), uma bela trilha sonora (que o compositor James Newton Howard busca trazer temas belos e melancólicos que ressaltam o cansaço da viagem e a melancolia da época, assim como os tradicionais violões), figurinos e design de produção excepcionais (que fazem uma fantástica recriação de época), um fantástico design de som (que busca o realismo em seus efeitos sonoros, e uma sequência de ação se destaca pelo uso constante dos efeitos sonoros e do absoluto silêncio que é construída), bons efeitos especiais, enfim, é um filme excelente. Altamente Recomendado. Baseado no Livro de Paulette Jiles. 4 Indicações ao Oscar 2021 nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Som. No Elenco de Primeira do Filme está: Tom Hanks (Greyhound: Na Mira Do Inimigo e Um Lindo Dia Na Vizinhança) e Helena Zengel (Transtorno Explosivo). E na Direção está: Paul Greengrass (22 De Julho e Bourne 2,3 e 5).
Nota: 9,5!!!!
Status do Filme: Disponível no Netflix

Gênero: Drama/Faroeste
Duração: 118 Minutos [1h58]

Classificação Indicativa: 14 Anos
Inadequação: Violência